sexta-feira, 24 de abril de 2009

Agradecimentos

Esta semana tive a oportunidade de conhecer duas escolas de Aikido em Brasília. O Aizen Dojo, na presença do professor J.F. Santos e a escola Shikanai na presença do professor Eniomar. Gostaria de deixar aqui minha imensa gratidão por ter sido tão bem recebido em ambas e o convite para visitarem o Centro Cultural Georges Stobbaerts quando estiverem em Recife.

Mais uma vez, obrigado pelas práticas. É sempre bom fazer novos amigos e conhecer novas escolas de Aikido. Apesar de diferentes estilos e características próprias, a essência é a mesma.

Queria deixar também um agradecimento especial ao professor Hélio. Obrigado pela longa conversa que tivemos. Pena que o convite para praticar Iaido foi já às vésperas de meu retorno à Recife. Telefone anotado, logo mais ao retornar à Brasília levarei meu iaito como combinado. Será um prazer conhecer seu local de prática.

Forte abraço à todos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Refletindo

Três semanas sem treinar e a saudade dos amigos só aumenta. Notícias do Dojo só por e-mail e alguns telefonemas rápidos para o professor Paulo. Fico feliz em saber que tudo está correndo bem por lá, que meus amigos sentem minha falta e que alguns novos alunos estão se juntando a nós.

Sexta-feira devo estar começando a treinar aqui em Brasília. Apesar de ser em outras escolas e cada uma ter suas características próprias, praticamos todos o mesmo aikido. Espero que durante minha estadia eu possa conhecer vários locais de prática e o mais importante, fazer novos amigos de tapete.

Este fim de semana tive a oportunidade de viajar para Cavalcante/GO. Procurei um canto calmo, com trilhas e cachoeiras, próprio para pensar na vida. Conheci muita gente nova e também consegui passar mais tempo com um grande amigo de longas datas, Fernando Reis.

Sábado a noite, conheci uma pessoa bastante interessante. Seu nome em chinês eu não lembro, mas em português era Linda. Entre as "aulas" de mandarim, vinhos e piadas Linda interrompeu nossa conversa e perguntou-me se eu poderia responder uma pergunta. De início, fiquei com um pouco de receio. Não a conhecia bem, mas resolvi topar em responde-la. Então, sorrindo ela me questionou:

- Você sempre está alegre? Alguma vez você já ficou triste?

Fiquei meio que sem reação na hora e perguntei por que ela me perguntara isto. Sem exitar, ela respondeu:

- Desde que você chegou, você está sorrindo. Nós ficamos cansados, sentimos fome, ficamos exaustos e você sempre está sorrindo.

Acho que nada melhor poderia ter me acontecido naquela noite. Eu teria vários motivos, que só as pessoas mais próximas conhecem, para estar triste. Mas eu não estava. Me senti como não me sentia ha algum tempo e só pude responder:

- Tento não ficar triste, mas as vezes é inevitável. Hoje, tenho saúde, amigos que sentem minha falta e estou vivenciando uma experiência ímpar. Por que ficaria triste?

Ela olhou para mim e mais uma vez sorriu. Como eu me senti bem naquela noite. Lembrei-me de um texto de Mário Quintana, Certezas, que fala assim:

"Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena."

Saudades...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Palavras do Mestre Stobbaerts


Carta de primavera redigida pelo Hanshi Georges Stobbaerts, idealizador da escola TenChi Internacional.

Seguem algumas fotos tiradas por mim durante minha estadia no Hombu Dojo da escola em 2007.

Saudades. :)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Samurai Idoso


Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitou tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: "Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?"

"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?" - perguntou o Samurai.

"A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos discípulos.

"O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o mestre.

"Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir..."

(Autor desconhecido)