Quando, há cerca de 3 anos, foi comunicado que se formaria um grupo para estudar o Iaido, no Centro Cultural George Stobbaerts em Recife, logo me interessei e inscrevi. Se hoje pouco sei, na época nada sabia sobre esta arte. Havia visto algumas raras demonstrações. Mas, a oportunidade de aprender a manejar uma Katana me fascinava – talvez fosse um antigo sonho de criança a se realizar, inspirado no imaginário sobre cavaleiros e samurais das estórias que lia naquela idade.
No princípio, como no início de minha experiência com o Aikido, interessava-me a técnica simplesmente: empunhar a Katana, desembanhiar, respirar, cortar, respirar, manter a postura, respirar, embanhiar... Parecia fácil mas, o frustrante, é que (também) não era e ainda não é. Tinha que haver algo mais que os professores insistiam em mostrar e que eu não conseguia ver.
Ao mesmo tempo, tentei fazer paralelos entre a prática do Aikido e do Iaido. Comecei a sentir que o Iaido me ajudava no Aikido me dando mais equilíbrio, concentração e – paradoxalmente – uma sensação mais presente do combate e, ao mesmo tempo, mais tranqüilidade. Reforçou-se minha percepção de que há algo no horizonte que vale a pena ser descoberto – talvez seja o que os professores apontam – que possivelmente nunca seja alcançado mas que a própria busca guarda, em si, um valor que a justifica. Algo que tem haver apenas comigo, com cada praticante, uma questão pessoal e íntima, quase solitária. Estou convencido disso.
Essa busca é hoje meu interesse nesta arte. O Iaido é como o “caminho das pedras”, um mapa, que vou tentando desvendar pouco a pouco para me aproximar desse “algo” (não sei exatamente o quê) e que está sempre em um horizonte inatingível e que insiste em se afastar no mesmo ritmo que ando. Portanto, não adianta ter pressa. Devo usufruir do caminho.
Marcos Castro.
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